Design&Dendê – Quando o passado inspira o futuro do Design Baiano

Neste final de semana, vivi uma experiência que reacendeu algo antigo dentro de mim, uma chama que, por muitos anos, mantivemos acesa quase que à força: a esperança de ver o movimento do design baiano pulsar novamente. O Design & Dendê, evento construído e organizado por profissionais experientes e atuantes no mercado, mostrou que essa chama não apenas continua viva, como encontrou novas mãos fortes para carregá-la adiante.

Fui convidado para participar de uma mesa-redonda sobre o passado, o presente e o futuro do design na Bahia e, confesso: foi impossível não sentir orgulho. Orgulho de tudo que construímos, de tudo que defendemos e, principalmente, de tudo que resistimos.

Reencontrar amigos como Felipe Arcoverde, Fábio Kerk, Lau Yamazaki e Mel Campos foi revisitar uma época que moldou quem somos hoje. Brincamos chamando uns aos outros de “velhos amigos”, mas a verdade é que pertencemos àquela geração que decidiu mover montanhas quando ainda quase ninguém acreditava no potencial criativo da Bahia. Lutamos, militamos, estudamos, criamos, erramos, acertamos e plantamos sementes em um solo que já foi duro e cheio de espinhos.

E ver agora esse terreno mais fértil, mais leve, mais preparado… é emocionante. Cada profissional, cada estudante presente, cada pergunta curiosa, cada olhar atento, tudo isso prova que aquelas sementes germinaram. O que vemos hoje não é acaso: é continuidade.

A presença da nova geração foi, sem dúvida, o ponto mais transformador para mim. Há sede de conhecimento, vontade de construir e desejo real de fazer parte de algo maior. E é por eles que esse movimento existe. É por eles que vale a pena continuar cultivando o design na Bahia.

Tenho um agradecimento muito especial à Luanna Silva, idealizadora do Design & Dendê. Mais do que criar um evento, ela o sustenta com verdade, energia e amor. Ela é, hoje, uma das grandes responsáveis por reacender esse movimento que sempre defendemos. Que esse projeto continue, cresça, se fortaleça e se multiplique, porque a Bahia precisa ver, ouvir, sentir e viver mais design.

Saio desse evento com o coração cheio cheio de história, de pertencimento e, finalmente, de esperança. E sigo feliz e honrado por fazer parte de uma trajetória que, na verdade, ainda está apenas começando