Uma realidade abusiva mas que não é culpa do “cliente”

Recentemente um post no instagram começou a circular sobre um possível atendimento para uma “cliente” que precisava de uma marca e identidade visual para seu negócio/serviço ou produto e um fato me chamou atenção para escrever esse post aqui no site, apenas como esclarecimento. Leiam as imagens abaixo:

Não sei quem é a pessoa “cliente” e nem quem seja o profissional, que por sinal, teve uma postura muito correta. Tratou a “cliente” como cliente. Mas e aí? Vamos lá, o objetivo deste post é explicar uma realidade “abusiva” mas que eu não julgo quem solicita esse tipo de serviço e pacotes. Mas a culpa eu jogo para as redes sociais que hoje vem transformando o ambiente profissional numa verdadeira salada de frutas, mas também não julgo “a salada de frutas” porque todo mundo tem conta para pagar e precisa iniciar a vida profissional de alguma forma. 

Mas a culpa é de quem?

Bom, vamos lá! Hoje por conta da situação que nosso país se encontra, muita gente tem tentado empreender ou abrir o próprio negócio, porém, não da forma correta. A maioria das pessoas acham que por saber fazer algo podem começar a empreender de qualquer jeito, não se preocupam em buscar conteúdo, conhecimento, fazer cursos ou devem achar que tem um “Silvio Santos” escondido dentro de si. A realidade é que boa parte desses “empreendedores” tentam começar um negócio sem qualquer tipo de conhecimento, principalmente financeiro, sem planejamento, sem pesquisa, sem antes saber se aquilo que está buscando vender/oferecer vai ser o que de fato vai gerar uma estabilidade. Isso acaba impactando em todas areas que envolvem a vida de um empreendedor, desde a vida social, como profissional. Porque sem planejamento é praticamente impossível fazer um negócio acontecer, é gastar tempo e dinheiro a tôa. Tempo hoje vale ouro e não dá para desperdiçar com tentativas, a não ser que você tenha muito dinheiro, não precise dele para sobreviver e está querendo emplacar alguma ideia de sua cabeça, que ainda assim acho errado. A partir do momento que você começa a empreender, é importante saber que você está assumindo um compromisso com seu público alvo, precisa saber lidar, precisa saber vender e principalmente atender, se seu caso for um empreendedor “autônomo” aquele que começou com uma ideia brilhante e ainda não pode ter uma equipe de trabalho ou contratar funcionários. 

Hoje em dia se tornou fácil se tornar um “pequeno empreendor” ou tirar um CNPJ, devido a pouca burocracia. É só entrar no Portal do Empreendedor de seu estado, fazer um cadastro e pronto. Não digo que isso seja ruim, abriu portas para muita gente e vem ajudando muitos pequenos empreendedores a se tornar profissional. A parte ruim dessa história é justamente essa que escrevi acima, o fato do empreendedor não se capacitar e tentar encarar o mercado de qualquer jeito, afetando todos os setores. Desde um contador até nós profissionais da comunicação, que ainda hoje recebemos inúmeras mensagens desse tipo nas imagens dessa matéria. O fato de existir tanta ferramenta, tanto site que acaba “facilitando” a vida do pequeno ou novo empreendedor, acaba atrapalhando e virando essa verdadeira salada de frutas. Vou citar aqui um exemplo trazendo para meu lado, designer gráfico, especialista em criação de marca há mais de 15 anos. Hoje existem sites que se propõe entregar conteúdos prontos, marcas prontas ou por um preço acessível para os que não podem gastar muito para começar, como no caso do Wedologos, o Canvas e tantos outros que existem por aí e que cobram alguns reais, é só colocar no google que acha inúmeros sites que irão te dar um trabalho pronto ou semi-pronto. Porém, essa é uma prática muito errada. Triste de quem pensa o contrário disso, porque hoje a marca é a alma do seu negócio e se você pensa em empreender, precisa começar do jeito certo. Do que adianta você ter uma ideia brilhante para vender bolinho de peixe e sua marca está vendendo feijoada? Sim, não é mentira. Digo isso porque vi com meus próprios olhos durante uma feira do empreendedor no centro de convenções em Salvador, um evento que é realizado pelo Sebrae e que muitos dos que estão ali, são subsidiados por uma ilusão de “gastar pouco para virar um empreendedor”. Ao passar no stand, fui achando que iria encontrar uma feijoada congelada para comprar ou um caldo para consumir na hora. Ao encostar no balcão, a marca vendia bolinho de peixe congelado, ou seja, é como aquele velho ditado “gato por lebre”. Mas e aí? A culpa é do empreendedor ou do Sebrae? Nesse caso eu posso dizer que de ambos.

Empreender é coisa séria, perder tempo é perder dinheiro e fazer o outro perder tempo com esse tipo de atendimento é também fazer o outro perder dinheiro, porque aquele tempo que ele se dedica para te responder, com certeza ele está deixando de fazer algo para te dar atenção. Então, antes de começar a querer empreender, procurem estudar, fazer cursos de empreendedorismo, curso de planejamento financeiro, curso de atendimento ao cliente e só depois de se sentir preparado, começar a desenvolver seu negócio, criar marca, identidade visual, redes sociais (se for o caso) e oferecer ao seu cliente o melhor serviço, a melhor experiência e consequentemente seu negócio vai ganhar uma expansão antes do previsto!

De fato não existe uma receita, uma formúla correta para iniciar um negócio, mas se conseguir respeitar e ter paciência para respeitar todas as etapas para abertura de uma empresa, negócio ou produto, é o necessário para encarar o mercado de hoje e de amanhã!

Se gostou dessa matéria, envia para aquele seu amigo ou amiga que quer começar a empreender e não sabe os caminhos. Assim como serviu para você, vai servir para o outro!